quinta-feira, 7 de outubro de 2010
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde.
Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam: um estalar de madeiras, um ranger de degraus, um sussurrar de cortinas.
Lar é onde não se discute a posição dos quadros, como se eles ali estivessem desde o princípio dos tempos.
Lar é onde a ponta desfiada do tapete, a mancha de humidade no tecto, o pequeno defeito no caixilho, são imutáveis como uma assinatura conhecida.
Lar é onde os objectos têm vida própria e as paredes nos contam histórias.
Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo.
Lar é onde nos amam."
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domingo, 1 de agosto de 2010
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.
(Mário Quintana)
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pequena canção
Nem osso de ouvido
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domingo, 20 de junho de 2010
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
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segunda-feira, 10 de maio de 2010
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
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quinta-feira, 29 de abril de 2010
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Encontros
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quarta-feira, 7 de abril de 2010
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domingo, 4 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Fico ao teu lado

e o mundo muito pensado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
(Cecília meireles)
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Primavera
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sábado, 20 de março de 2010
Sonhos
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segunda-feira, 15 de março de 2010
Que um outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes
-Um outro que eu não posso acorrentar.
(Mário de Sá-Carneiro)
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quarta-feira, 10 de março de 2010
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Nada no horizonte

a não ser eu e sou montanha
olhando outro horizonte
onde de novo estou
e sou floresta.
Não há festa
como nascer nascente
e vir cantando
rolando seixos na corrente.
Seja o meu corpo vale
o meu coração pedra
o meu sangue regato
os meus cabelos vento
e em paz existo mas
não penso
dispenso
sendo
o pensamento.
(Rosa Lobato de Faria)
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
"Onde Vais?"
Perguntas tu,
Ainda meio a dormir.
"Não sei bem"
Respondo eu,
Sem saber o que vestir.
"Porque sais?,
Ainda é cedo,
E tu não sabes mentir."
"Nem eu sei,
Só sei que fica tarde
E eu tenho de ir."
Bem depois,
De estar na rua,
Instalou-se uma dor
Por nós dois,
Talvez sair
Tivesse sido o melhor...
Se assim foi,
Então porque me sinto a morrer de amor?
Tenho a noite
A atravessar
Doi-me não ir,
Mas não me deixas voltar...
Se gosto de ti,
Se gostas de mim,
Se isto não chega
Tens o Mundo ao contrário.
O Mundo ao contrário
Tenho a noite
A atravessar
Doi-me não ir,
Mas não me deixas voltar...
Se gosto de ti,
Se gostas de mim,
Se isto não chega
Tens o Mundo ao contrário.
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Presídio
Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo.
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
.
E o ventre, inconsistente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
.
vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
(David Mourão-Ferreira)
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
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Embriaga-te!
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são:
São horas de te embriagares.
Para não seres como os escravos martirizados do tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso.
Com vinho, com poesia. Ou com a virtude."
(Charles Baudelaire)
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Janelas do meu quarto

nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
(António Gedeão)
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domingo, 24 de janeiro de 2010
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Se o tempo voltar...
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Foi mais uma velinha...
Quantas? Bem... É só fazerem as contas :D
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(Fernanda Mello)
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Histórias deste dia
Mas neste dia houve mais, quem é que sabe?
Há prémio para quem acertar...
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração à moda antiga. Um covarde, moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões. Um pouco inconsequente, que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: «Não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero!» Um idealista!!! Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende, que não endurece e mantém sempre a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, que briga e que se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes, revê suas posições arrependidas de palavras e gestos. Esse coração tantas vezes incompreendido, tantas vezes provocado, tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá para engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado, indicado apenas para quem quer viver intensamente e contra-indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer pra São Pedro na hora da prestação de contas: «O Senhor pode conferir, eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e se recusa a envelhecer». Rifa-se um coração ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconsequente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adoptado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.(Clarice Lispector)
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