"Dorme na mesma cidade em que durmo, respira o mesmo ar , deve maldizer o mesmo céu permanentemente húmido, continuamente chuvoso; percorre certamente as mesmas ruas que eu, admira-me durante estes anos todos não ter dado de caras com ele, ir a atravessar numa passadeira, olhar para o carro que parou por causa do semáforo vermelho e vê-lo, sorrindo-me por trás do vidro embaciado, faz-me confusão nunca o ter encontrado nos cafés, nos cinemas, nas discotecas, que faz, com quem se dá, em quem afoga a sua ternura amordaçada, quem beijará antes de adormecer, como vive fora dos meus limites, do meu alcançe agora que sou um pássaro à solta, afiando as garras do desprezo em cada conversa, em cada encontro, em cada beijo torcado ao de leve para provocar o desejo violento de outros beijos. [...]
[...]Quem és que realmente nunca cheguei a saber, o que és que não me deste, que não me deixaste absorver para ser mais eu dentro do que queria ser tua, ser tua como nunca fui e agora tenho medo de ser."
(Rodrigo Guedes de Carvalho)
[...]Quem és que realmente nunca cheguei a saber, o que és que não me deste, que não me deixaste absorver para ser mais eu dentro do que queria ser tua, ser tua como nunca fui e agora tenho medo de ser."
(Rodrigo Guedes de Carvalho)
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